sábado, 1 de fevereiro de 2025

OLHAR AS CAPAS


 A Ceia dos Cardeais

Júlio Dantas

Livraria Clássica Editora, Lisboa, Julho de 1962

Cardeal Gonzaga, como quem acorda, os olhos cheios de brilho, a expressão transfigurada

Em como é diferente o amor em Portugal!

Nem a frase sutil, nem o duelo sangrento…

É o amor coração, é o amor sofrimento.

Uma lágrima…Um beijo…Uns sinos a tocar..

Um parzinho que ajoelha e que se vai casar.

Tão simples tudo! Amor, que de rosas se inflora:

Em sendo triste canta, em sendo alegre chora!

O amor simplicidade, o amor delicadeza…

Ai, como sabe amar, a gente portuguesa!

Tecer de sol um beijo, e, desde tenra idade,

Ir nesse beijo unindo o amor com a amizade,

Numa ternura casta e numa estima sã,

Sem saber distinguir entre a noiva e a irmã…

Fazer vibrar o amor em cordas misteriosas,

Como se em comunhão se entendessem as rosas,

Como se todo o amor fosse um amor sòmente…

 Ai, como é diferente! Ai, como é diferente!

VELHOS RECORTES

O tempo é Maio de 2002.

Terei copiado este recorte.

Lamentavelmente, não tenho indicação de autor, jornal ou revista.

«Em Portugal abundam os maus gestores, os péssimos empresários.

A culpa nunca é deles.

As empresas portuguesas são geridas por profissionais desorganizados, incultos individualistas, ineficientes, formais, autoritários pouco criativos, incapazes de autocritica e que não se preocupam com as necessidades dos clientes.

Trabalhar de uma forma não planeada sem estratégia de médio e longo prazo bem definida

Permanecem no local de trabalho durante longas horas apenas para que essa presença seja notada

Criatividade e a originalidade não são qualidades que abundem, deixam tudo para o último instante, entram no capítulo do desenrascanço

Os próprios gestores definem quanto ganham, preocupam-se com carros topo de gama, o último grito da indústria automóvel. Números de Outubro de 1999 dizem que se vendiam em média, por mês, oito automóveis de preços superiores a 30.000 contos.

Os gestores portuguese receberam um atestado de incompetência indecoros

Chris Angryris, da Universiades de Harvard, referiu que “a maior fraqueza de uma boa parte dos gestores e liders é passarem demasiado tempo a fazer e tempo insuficiente a pensar no que estão a fazer.”

Alguém perguntou ao patrão por que mantinha Jim ao seu serviço quando era sabido que ele era um incompetente. “Lembra-te, respondeu o patrão, que “tens de ter sempre alguém na equipa a quem pôr as culpas. É essa a função do JIM”.

São autocratas e não gostam de trabalhar, não planeiam o seu trabalho, têm falta de visão estratégica e vivem obcecados por títulos académicos

Avessos  a inovações e riscos

Ignorantes, mal informados, sem a mínima formação cultural.

As empresas não são organizadas nem eficientes

Salários significativamente acima da média europeia

Os estrangeiros classificam-nos como autocratas, desorganizados, com falta de visão estratégica, demasiado formais e obcecados por títulos académicos.

Há muito boa gente a trabalhar para uma quantidade de idiotas, analfabetos, a quem o dinheiro, uma cunha permitiu chegar a um lugar de direcção.

A eficácia empresarial portuguesa está sempre em último lugar num qualquer ranking de países e regiões que pela Europa se faça.»

  

TRUMPALHADAS


O regresso às trevas.

Aquilo que se diz presidente dos Estados Unidos, continua as suas campanhas de ódio e loucuras infernais.

Mantém na agenda a ocupação da Gronelândia que é território dinamarquês.

José Pacheco Pereira pergunta, hoje, no Público:

«E, já agora, se os EUA invadirem a Gronelândia, aplica-se o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte?»

MÚSICA PELA MANHÃ


 
Marianne Faithfull deixou-nos. Restam as canções, as muitas e variadas histórias.

Tempo para ir buscar um velho vinil da Marianne, em que a primeira canção do lado 2 é «Ballad of Lucy Jordan», o sol da manhã a tocar, no seu quarto branco, na cidade suburbana branca, levemente os olhos de Lucy Jordan, uma canção que, não por acaso, acompanha as loucuras de Susan Sarandon e Geena Davis em «Thelma & Louise», filme de Ridley Scott.

E voltar a KeithRichards e as suas memórias com Marianne:

«Só depois disso chegaram os dois a Tânger, acompanhados da Marianne, que ia ter com o Mick a Marraquexe. O Brian estava tão combalido que a Anita e a Marianne, qual competentes enfermeiras, tiveram a brilhante ideia de lhe dar ácido no avião, para ver se ele arrebitava. Elas próprias acabavam de passar uma noite em branco e a ácido. Quando finalmente chegaram a Tânger, um incidente junto à loja do Ahmed instalou o pânico. O sari da Marianne (única peça de roupa que trazia vestida) ficou preso algures e desenrolou-se, deixando-a subitamente nua no casbá.»