Diário de Uma Criada de Quarto
Octave Mirbeau
Tradução:
Adelino dos Santos Rodrigues
Capa: Manuel
Dias
Colecção Minerva
de Bolso n 20/21
Editorial Minerva, Lisboa, Junho de 1973
Hoje, 14 de Setembro, às três horas da tarde, com um
tempo suave, triste e chuvoso, entrei no meu novo emprego. É o duodécimo em
dois anos. Claro que não me refiro aos lugares que ocupei durante os anos
precedentes. Ser-me-ia impossível conta-los. Oh, posso-me gabar de ter visto
muitas casas por dentro, muitas caras e muitas almas sórdidas!... E ainda não
acabei… O modo verdadeiramente extraordinário, vertiginosos, como saltei
sucessivamente de um lado para o outro, das casas para a s agências e das
agências para as casas, do Bosque de Bolonha para a Bastilha, do Observatório
para Montmartre, dos Ternes para os Gobelins, em todos os sentidos, sem nunca
conseguir parar em parte alguma, basta para demonstrar como os patrões são
difíceis de aturar hoje em dia!... É inacreditável.
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