O Dever dos Intectuais
Fidelino de
Figueiredo
Biblioteca de
Ensaios nº 6
Livraria Lello
& Irmão, Porto,1936
No tempo, em que eu vivi em Berkeley, tive um companheiro de «club» a quem afligia a ideia do regresso ao seu país que, não obstante, estranhamente amava. Não era o medo que por vezes tolhe os mexicanos espalhados pelo mundo em missões intelectuais e em vagas embaixadas; nem a desdenhosa inadaptação dos que se embriagaram de horizontes mais amplos que os do seu patiozinho natal; nem era também a nostalgia saudosa dos arreigados à sua aldeia e aos elos mil de rotina e mistério que prendem as almas, ainda mais fortemente dotadas. Havia nessa preocupação alguma coisa mais alta, mais actual e tão nobre que se me comunicou, porque era numa forma emotiva e nervosa o sentimento dum grande problema da civilização contemporânea: a função da inteligência ou o dever dos intelectuais.
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