quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

AO ANTÓNIO RAMOS ROSA

Folha que escuta o vento    o som do muro

erguido ao sol da erva    nuvem clara

feita o instante verde    a pedra rara

sobre o anel do tempo e do futuro.


Boca do ar   espuma das palavras

na janela do fogo    abelha dura

voando sobre os beijos    mão que lavras

na polpa das cerejas a mais pura


morte que se escreve com a mágoa

do medo sobre o rosto    a longa asa

rasando os lábios soltos pela água

de quem faz com versos uma casa.

 

Joaquim Pessoa em Poemas de Perfil em Paiol de Pólvora

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