São muros de papel onde batemos
como insectos doidos
num campo já ceifado.
E vemos nelas os padres
correndo do interior
quase sempre após a sesta
(ainda que se esteja no Inverno)
a folhear Camilo
e a cantar vocábulos
colocando-os com baba às páginas da missa.
Sentados numa sala onde cheira a milho
envoltos em samarras onde passeia a traça
os velhos presidentes camarários
fustigam com sonetos e ruminam
seus futuros artigos de fundo.
Repórteres de domingos e feriados
os bruxos da província
lastimam o país lêem-lhe a sina
com o pingo no nariz fazem batota
como quem joga o loto
cordeiros nédios dum rebanho honrado.
Armando Silva
Carvalho de Lírica Consumível em O Que Foi Passado a Limpo
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