«Gabriela, Cravoe Canela, o mais conhecido romance de Jorge Amado, é o amor tórrido entre
Nacib e Gabriela. Os brasileiros fizeram do romance de Jorge Amado uma
telenovela, que alguns dizem que banalizou o romance, mas a editora
Europa-América informou que Gabriela Cravo e Canela foi o livro mais
vendido na Feira do Livro de 1977. A
novela foi protagonizada por uma esplendorosa Sónia Braga, era a televisão por
cá a preto e branca, e a RTP estreou-a em 16 de Maio de 1977. Chegou a atingir
quatro milões de espectadores e quem não tinha televisão em casa, deslocavam-se
ao café e associações populares do bairro onde viviam.
Algumas vezes, a
Assembleia Nacional adiou ou suspendeu sessões para que os deputados pudessem
assistir ao episódio da novela.
O livro da Biblioteca da Casa, na
página em que os livreiros colocavam, a lápis, o preço do livro, está lá o selo
da Livraria Moraes, onde o livro foi comprado por mim, Livraria Moraes, fundada
em 1958 pelo António Alçada Baptista, que no seu livro de memórias, A Pesca à Linha, conta a história da livraria, bem como da editora que há-de publicar OTempo e o Modo.
Nunca fui um
habitual cliente da Moraes, passava por lá volta e meia, um espaço que era
frequentada pelas elites intelectuais e políticas. Foi na Moraes que JoaquimVieira conta a história passada com Mário Soares, presidente, ao olhar no
escaparate, o livro de José Saramago Manuel de Pintura e Caligrafia, e
interpretando o livro à letra, perguntou, em alto e bom som:
«Mas o que é o que o Saramago sabe disto?
Chegados aqui acabámos
por encontrar a Música pela Manhã de hoje, e aqui vamos nós com o tema
de abertura da novela, com música e letra de Dorival Caymmi e a interpretação
da extraordinária Gal Costa.
«Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim vou
ser sempre assim, Gabriela, sempre Gabriela».
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