quarta-feira, 15 de julho de 2015

OLHAR AS CAPAS


A Guerra Santa
A Estátua

Luís de Sttau Monteiro
Não há indicação de Editora. Apenas se lê na 3ª página: Teatro Minotauro 13.
Também não há indicação da tipografia onde foi impresso. Ano de publicação: 1967.

O General – Eu sou o general zero, escolhido para dirigir esta batalha por ter obtido a melhor classificação do meu curso: 20 em ginástica, 20 em aprumo militar, 20 em pontualidade e 20 em respeito pelos meus superiores hierárquicos. Faltam zero minutos para a hora zero. Dentro de zero minutos os meus oficiais reunir-se-ão aqui para discutir o plano zero que me permitirá pôr termo a esta guerra antes de ser reformado. Estou farto de ouvir a minha mulher.
Voz de Mulher – Pede a reforma, filho, e deixa-te de fantasias. Olha que é melhor pedi-la já, enquanto estás na mó de cima, do que esperares pelo fim da batalha. Prefiro a rua reforma de general vivo, à minha pensão de viúva de herói morto. Pede a reforma que já tens idade para ter juízo.
O General – Pois é, mas lá se vai o carro de graça, a gasolina por metade do preço, o impedido, os convites oficiais… e ninguém torna a fazer-me continência na rua…
Voz de Mulher – E depois? Ainda não estás farto de fitas? Olha, filho, passas a ser aquilo que és e mais nada. Pede a reforma. Pede a reforma, que eu faço-te uma açordinha de chouriço como tu gostas…

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