O trem arquejava, rompendo o vasto vento da planura
desolada. E a cada apito era um alvoroço. Medina?... Não! Algum sumido
apeadeiro, onde o trem se atardava, esfalfado, resfolegando, enquanto dormentes
figuras encarapuçadas, embrulhadas em mantas, rondavam sob o telheiro do
barracão, que as lanternas baças tornavam mais soturno. Jacinto esmurrava o
joelho: - Mas porque pára este infame comboio? Não há tráfico, não há gente! Oh
esta Espanha!... – a sineta badalava, moribunda. De novo fendíamos a noite e a
borrasca.
Eça de Queiroz
em A Cidade e as Serras
Legenda:
fotografia dos Caminos de Hierro Ibericos
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