24 de Julho de
1975
AGRAVA-SE a
situação político-militar em Angola.
A ponte aérea,
entre Luanda e Lisboa tem vindo a ser reforçada chegam ao aeroporto de Lisboa à
volta de mil pessoas por dia.
Passarão a ser conhecidos
como retornados.
Ao todo, terão
regressado mais de 400 mil portugueses.
TANTO o Partido
Socialista como o Parido Popular Democrático, proíbem que os seus militantes
venham a fazer parte de um novo governo chefiado por Vasco Gonçalves.
Transcreve-se o
comunicado do Partido Socialista, bem como um artigo de opinião de Armando
Pereira da Silva, publicado no Diário de Lisboa:
VERGÍLIO
FERREIRA no seu Conta-Corrente:
A situação política continua grave. Por todo o Norte
do País vai despertando o ódio ao comunismo: assaltos, confrontações. A grande
questão é agora a substituição do Vasco Gonçalves, que finalmente se revelou um
camarada batido. O partido Socialista exige a sua rendição, os comunistas e
aliados seguram-no desesperadamente. Há um erro de bom tamanho nos que nos
querem infligir o comunismo e é que esse regime só é viável em povos
primarizados (culturalmente, civilizacionalmente, economicamente). Nós somos
europeus, que é que querem? Temos hábitos evoluídos, uma cultura que está para
além da instrução, mesmo uma economia que não tem só que ver com a cortiça, um
tipo de relações que vai um pouco além da do senhor/escravo, hábitos de inteligência,
de vida que teriam de regressar, voltar ao princípio, à sociedade elementar
generalizada do caldo de unto e do abc.
O SEMANÁRIO O
JORNAL dedica largo espaço das suas páginas ao clima de anticomunismo que
se tem feito sentir no centro e norte do País.
Afonso Praça,
que fez a cobertura do assalto ao Centro de Trabalho do Partido Comunista
Português em Alcobaça, tem este precioso apontamento que fala por si:.
Fontes:
- Acervo
pessoal;
- Os Dias
Loucos do PREC de Adelino
Gomes e José Pedro Castanheira.
- Conta-Corrente
de Vergílio Ferreira
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