Disse o Sr.
Joseph L. Mankiewickz que a única diferença entre um filme e a vida real é
que um filme tem que fazer sentido.
Aprender a
olhar.
Gostar de ver,
mesmo que não se entenda o que se olha.
Guarda-se e
descobre-se, num qualquer dia, lá muito para a frente, o porquê.
O amargo Sr.
Jean-Luc Godard tinha (ainda tem?) a ideia de que o cinema é a mais bela fraude
do mundo.
O privilégio de
ter um mundo de cinemas em redor da rua onde se nasce, na rua em que a adolescência
aconteceu.
Os cinemas chamavam-se
Royal, Cine-Oriente, Imperial, Max, Lys, Rex.
Já não existem.
O Royal é um supermercado, o Cine-Oriente deu lugar a um edifício onde se situa a estação de Correios da Graça, o Imperial há longos anos que está fechado sem qualquer tipo de destino, o Max é uma igreja, o Lys é um complexo de escritórios abandonados e uma loja do Calçado Guimarães, o Rex é uma loja de chineses, ou muçulmanos, vai alternando.
Passavam duas
fitas por sessão. Uma boa e outra para completar o programa.
Muitas vezes
eram as duas más, mas o fascínio acontecia.
Legenda: a fachada do Imperial nos dias de hoje.
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