domingo, 12 de julho de 2015

OLHAR AS CAPAS


Luz Vegetal

Egito Gonçalves
Capa: Armando Alves
Limiar, Porto, Dezembro de 1975

Falo alto para sentir o som do que escrevo, a vida das
palavras que arrancam do sal que mantenho na ferida.

Mas não pronuncio o teu nome, És um ser abstracto
no fundo da dor.

Não é para ti. Nem por ti. De um fogo incinerado
Extraio vocábulos insepultos.

O mistério é pensar que se ainda existes

                                    és agora alguém que não conheço. 



Nota do autor:   Luz Vegetal inclui um ciclo de poemas escrito em um ano: de Setembro de 1971 a Setembro 1972. Este poema enviado para um jornal de província,  foi proibido pela censura.  

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