Aqui
era o Quebra-Bilhas.
José
Quitério, num artigo no Expresso, escrevia:
O Quebra Bilhas mantém muito do seu
encanto de outras idades. O largo portão verde, fronteiro ao plácido plátano,
abre para o primeiro compartimento, onde, a par da cozinha, se conserva
felizmente um daqueles belos balcões das tabernas antigas, todo corrido e de
mármore, e duas largas mesas . Outra sala, mais convencionalmente a refeiçoar,
oferece uma simplicidade airosa revestida de artefactos de sabor caseiro.
Grande, grande é o quintal-esplanada, de chão empedrado, abrigado por generosos
toldos de parreiras e árvores de forte porte, local único e riqueza inestimável
para o tempo ameno, daqueles recantos que parecem terem sido feitos, e são
eleitos, para os prazeres da mesa, da bebida e do convívio.
Foi em
Abril de 2006 que o Quebra-Bilhas, sito na Rua do Campo Grande nº 312, e um dos
mais antigos restaurantes de Lisboa, data de 1793, fechou portas.
O
proprietário é o Centro Cultural do Campo Grande, sediado no palacete contíguo
ao restaurante do número 321, uma instituição da Opus Dei, que, até hoje, não
soube, ou não quis, dar-lhe um destino.
A festa
de despedida de solteiro do Cândido.
Lembro-me
que estava uma noite maravilhosa de Junho de há muitos anos, talvez 30, o
petisco foi no quintal paradisíaco do Quebra-Bilhas, e a noite acabou na Feira
Popular, que já não existe, a jogar matraquilhos, para além de outras
aventuras.
Lá
muito mais para trás, quando miúdo, depois dos jogos do Benfica no Campo
Grande, a velha estância de madeira, ia com o meu avô ao Quebra Bilhas comer
sandes de presunto. O meu avô bebia um copinho de vinho branco e para mim era
uma gasosa, mas mesmo gasosa, da Pizões Moura, com o castelinho em rótulo azul.
O rótulo vermelho era para a água mineral que ainda hoje existe.
Diga-se,
no entanto, que a ida ao Quebra Bilhas depois da jogatana, só acontecia se o
Benfica ganhava.
Nem o
empate dava para a sandes e a gasosa.
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