A metade do meu cérebro que ainda não adormeceu por completo, lembra que das
primeiras vezes que andei por aqui a comentar, foi contigo e a propósito de
Dylan.
As minhas objecções tinham a ver com um certo desencanto por um Dylan que, de repente, aparecia a dizer:
«A palavra mensagem é triste, triste como uma hérnia.»
«Ninguém gosta de ser definido por aquilo que os outros pensam.»
«Queria ter uma vida normal e poder levar os filhos à escola.»
Lembro-me, ainda, que citei um poema do Manuel António Pina que, depois me pediste que o apresentasse na íntegra e que dizia:
«O café agora é um banco, tu professora de liceu; Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu. Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes, e não caminhos para andar como dantes.»
Lembrava-me também de alguém do «Em Órbita» me ter dito (1967) que Dylan é «um narcisista convicto, um genial cabotino, no sentido intelectual do termo.»
Bom, já agora fica bem ir buscar Joan Baez:
«Ele é o ser humano mais complexo que conheci. Eu pensei que seria capaz de entendê-lo. Desisti. Tudo o que sei é o que ele nos deu.»
Lembrar ainda que disseste que compreendias as minhas mágoas, mas que Dylan nos deixou das melhores canções que se podem ouvir em qualquer tempo.
As minhas objecções tinham a ver com um certo desencanto por um Dylan que, de repente, aparecia a dizer:
«A palavra mensagem é triste, triste como uma hérnia.»
«Ninguém gosta de ser definido por aquilo que os outros pensam.»
«Queria ter uma vida normal e poder levar os filhos à escola.»
Lembro-me, ainda, que citei um poema do Manuel António Pina que, depois me pediste que o apresentasse na íntegra e que dizia:
«O café agora é um banco, tu professora de liceu; Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu. Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes, e não caminhos para andar como dantes.»
Lembrava-me também de alguém do «Em Órbita» me ter dito (1967) que Dylan é «um narcisista convicto, um genial cabotino, no sentido intelectual do termo.»
Bom, já agora fica bem ir buscar Joan Baez:
«Ele é o ser humano mais complexo que conheci. Eu pensei que seria capaz de entendê-lo. Desisti. Tudo o que sei é o que ele nos deu.»
Lembrar ainda que disseste que compreendias as minhas mágoas, mas que Dylan nos deixou das melhores canções que se podem ouvir em qualquer tempo.
Bom, mas isto era só a te mandar um grande abraço, agora que estamos frente a um outro novo-velho-ano mas sou um eterno palavroso, perguntam-me as horas e eu começo a dizer como se fabricam os relógios na Suiça.
Mas não gostaria de me ir embora sem dizer que este é um álbum que está na prateleira dourada.
Tenho uma ternura sem medida por ele.
Arranca com aquele «Hurricane» que os «experts» dizem
que está cheia de incorrecções históricas – who cares?! - e pelo disco
passeia-se uma senhora muito cá de casa, Emmylou Harris de seu nome, que me
desarma cada vez que a ouço, como agora a estou a ouvir, em «Romance in
Durango».
And last but not the least: o disco também tem por lá uma canção, «Sara», nome da minha filha escolhido pelo senhor meu pai, não pela canção do Dylan, mas porque Sara lhe dizia imensidão.
And last but not the least: o disco também tem por lá uma canção, «Sara», nome da minha filha escolhido pelo senhor meu pai, não pela canção do Dylan, mas porque Sara lhe dizia imensidão.
Isto anda tudo ligado.
Agora saio mesmo, até porque tenho um javali ao lume.
Aquele abraço
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