Um homem extremamente tímido, reservado, que vestia
uma couraça para se proteger dessa timidez espantosa.
Ele também era tudo menos simples. Recusava as
respostas prontas, O sim e o não ficavam de fora das nossas questões. Queria
que pensássemos. Era assim que ela era como pai, como escritor e como cidadão
interventivo. Não existiam vários Saramagos. O que ele foi, o que ele era está
ali, na obra que deixou. Estar a ler o meu pai é como estar a ouvi-lo a falar,
porque ele escrevia como falava. Não era um homem de sim e não, era um homem
que respondia, procurando sempre uma explicação.
Violante
Saramago no Público de Outubro de 2016,
Legenda:
fotografia de Gregário Cunha/Público
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