Foi nisto que
deu o Cinema Londres.
Shopping Fashion & Home.
Venda de vestuário,
calçado, acessórios, papelaria, ferramentas, brinquedos, artigos para animais,
jardim, decoração.
Chinesices.
Andava a fugir
de passar por isto, mas no sábado aconteceu.
Quando em
Fevereiro de 2013, a Socorama, empresa ligada à família Castello Lopes, pediu
insolvência, o Londres ficou com os dias contados.
Um grupo de comerciantes
e habitantes das Avenidas Novas, ainda fizeram umas reuniões na Mexicana para
que o Cinema Londres não acabasse nisto e antes fosse espaço de um polo
cultural.
Ideias havia,
mas faltaram apoios… dinheiro… o costume…
Margarida Acciaiuoli,
no seu livro Os Cinemas de Lisboa, escreve sobre o Cinema Londres:
O projecto previa uma sala co a lotação de 440 lugares,
à qual se anexava um snack-bar e um pub que elucidavam o que se pretendia do
lugar e das funções que se lhe atribuíam. O resultado foi que não só se
construíu a «mais luxuosa sala-estúdio de Lisboa, como se completou a sua
actividade com outras que com ele se combinavam. Como a imprensa logo sublinhou,
o Cinema Londres, longe de constituir mais uma sala, era uma «ideia nova numa
cidade que crescia». Adoptando a célebre fórmula com que se anunciara, e que se
traduzia na possibilidade de oferecer «3 coisas no mesmo sítio», ou seja, «ver cinema
na sala», «jantar no snack-bar» e «conversar no ‘Pub the Flag’».
O cinema Londres
tinha as mais cómodas e originais cadeiras de todas as salas de Lisboa.
Um luxo!
São tantos e
tantos os filmes que vi no Londres.
Jean-Luc Godard
não é santo do meu panteão cinematográfico, mas assinou uns quantos de que não
prescindo.
Um deles é Vivre
Sa Vie com a fabulosa Anna Karina.
João Bénard da
Costa chama-lhe mágica.
Como há uns dias
escrevi, gosto de recordar o Eduardo Guerra Carneiro.
E por Godard,
lembro os fragmentos de uma carta do Eduardo:
Falavas, claro, de Obaldia, Boris Vian e, sempre, de
Godard, Et maintenant, le cinéma c’est Jean-Luc Godard, dizia Aragon. Tu comentavas: foi a coisa mais acertada
que disse até hoje. Mas o tempo era de escuridão total: as trevas.
Sei agora, que
quando falei do Cinema Londres, prometera uma história.
Já me tinha
esquecido.
Segue em posta à
parte.
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