O Livro Assassino
Rex Stout
Tradução:
Mascarenhas Barreto
Capa: A. Pedro
Colecção Vampiro
nº 391
Livros do
Brasil, Lisboa s/d
- Está tudo acabado! anunciei. – Senti que você
gostaria de saber o resultado. O júri esteve fechado, a discutir, durante nove
horas, mas acabou por concertar um veridicto de culpabilidade de assassínio de
primeiro grau. Como sane, O’Malley foi julgado pelo assassínio de Rachel Abrams
e não pelo do seu irmão, o que não faz a menor diferença. Considerado culpado
por um dos seus crimes, é o mesmo que ser sentenciado pelos quatro. Na cadeira
eléctrica, só se morre uma vez.
- Lá isso é verdade! Obrigada por ter-me telefonado.
Estou a ouvi-lo tão de perto, que é como se o tivesse aqui.
- Gostaria de estar – lisonjeei. – Que tempo faz por
essas bandas? Está a chover?
- Oh, não! Está um sol brilhante e corre uma
brisazinha tépida, adorável! Porque pergunta isso? Está a chover em Nova
Iorque?
- Pode estar
certa de que chove a «potes». Parece que trago a chuva comigo, vá eu para onde
for! Lembra-se do estado em que me viu, pela primeira vez, através do postigo
da porta?
- Certamente! Nunca mais me esquecerei de si.
- Nem eu, Peggy. Adeus! Até um dia… quem sabe?
- Adeus, Archie!
Realmente, nesta vida, quem sabe? O mundo dá muitas
voltas e há maridos que, embora tão «senhores do seu nariz», como imbecis, se
lembrar de ir «desta para melhor». Nessas coisas, quem manda é o Destino… E se
ele me mandasse para aqueles lados, não deixaria de aproveitar para bater à
mesma porta e exultar ao dizer: «Viva, Peggy!»
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