A minha paragem seguinte era na Newbury’s , a loja das
pechinchas no centro da cidade. Se voltássemos logo à direita, depois de
entrarmos, íamos para o canto apertado onde estavam os discos (nesse tempo, lá
nos confins onde vivíamos, não havia lojas de discos). Havia apenas algumas
prateleiras com singles a 45
cêntimos. Não havia propriamente discos para mim, apenas alguns de Mantovani ou
compilações de vários artistas, talvez alguns discos de jazz na
prateleira do fundo. Nunca ninguém olhava eles. Eram discos para «adultos». O
mundo dos adolescentes era o mundo dos discos de 45 rotações. Um pequeno
círculo de cera com um buraco do tamanho de meio dólar ao meio, onde tínhamos
de pôr um adaptador de plástico. O gira-discos lá de casa tinha três
velocidades: 78, 45 e 33 rotações por minuto. Os «nossos» eram os de 45. A
primeira coisa que descobri foi um disco chamado The Beatles with Tony Sheridan
and Guests. Uma vigarice. Os Beatles a acompanharem um artista qualquer de que
nunca tinha ouvido falar a cantar «My Bonnie». Comprei-o. E ouvi-o. Não era
grande coisa, mas era o mais perto que eu conseguia chegar até eles.
Bruce Springsteen em Born to Run
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