O ano é o de 1967.
José Afonso,
vindo de Moçambique, regressa a Lisboa.
Este recorte do
Diário de Lisboa regista esse regresso-amargo-triste.
«Desembarquei sem um tostão no bolso, mas com seis meses de ordenado em atraso.»
A notícia refere também que José Afonso gravou no Estúdio do RCP quatro canções que seriam transmitidas à noite no P.B.X. e que levaram quatro horas a ser gravadas.
«Estive muito tempo sem cantar. Estou sem caixa nenhuma.»
No estúdio, estavam Carlos Paredes, o dr. Jorge Tuna, Durval Moreirinhas e outros amigos e ouviram o Zeca futurizar:
«Desembarquei sem um tostão no bolso, mas com seis meses de ordenado em atraso.»
A notícia refere também que José Afonso gravou no Estúdio do RCP quatro canções que seriam transmitidas à noite no P.B.X. e que levaram quatro horas a ser gravadas.
«Estive muito tempo sem cantar. Estou sem caixa nenhuma.»
No estúdio, estavam Carlos Paredes, o dr. Jorge Tuna, Durval Moreirinhas e outros amigos e ouviram o Zeca futurizar:
«O ensino dá-me para o tabaco e para pagar a renda.
Por isso vou cantar.»
Final da reportagem:
Final da reportagem:
«José Afonso veio para ficar. Agora, vai para o
Algarve. Depois voltará em direcção ao Centro, mas não importa onde porque aqui
vai ficar, cantando, ensinando, trabalhando em novas músicas, em novos poemas,
porque agora terá mais diálogo do que em Moçambique, porque a velha realidade
lhe dará novos pontos de partida, porque mais ele a sentirá. José Afonso veio
para ficar.“Velas e remos a arder”, ele não é homem para deixar.»
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