O Paraíso Triste
Maria João
Martins
Capa: Luís Eme
Colecção Memória
de Lisboa
Veja, Lisboa,
1994
Vivia-se de cócoras – o riso era uma indecência e o
amor uma extravagância. A vida, qualquer coisa que, de repente, se descobria
ter desperdiçado enquanto fora tempo. Nessa noite, no entanto, Lisboa festeja,
como uma louca sem noção do tempo, do espaço ou das circunstâncias, o duplo
centenário. Vive-se a última oportunidade para visitar essa obra-prima da
arquitectura para ver e deitar fora que é a Exposição do Mundo Português, em
Belém. Centenas de lisboetas não perdem tempo e tratam de se extasiar com o
simulacro de Império erguido à beira-Tejo, para maior glória do Estado Novo.
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