Até ao dia 26
deste mês está patente no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, a
Exposição comemorativa do centenário de nascimento de Mário Dionísio, «Passageiro
Clandestino Mário Dionísio 100 Anos».
Com a curadoria
de António Pedro Pita, a exposição faz a retrospetiva da obra de Mário
Dionísio, poeta, ensaísta e pintor.
A imagem acima
mostra a caderneta escolar de Mário Dionísio que se encontra na exposição.
Curiosamente e
nela se constata que Mário Dionísio, no ano escolar 1926/1927 no Liceu de Camões, teve «medíocre» na
disciplina de Desenho.
Não é sem um
suave sorriso que olhamos o pormenor.
Como dizia a
minha avó: os galegos nunca gostaram de ver bons princípos aos filhos.
Na Livraria do
Museu ainda se encontram à venda alguns exemplares da Autobiografia de
Mário Dionísio, publicada em 1987, pelo semanário O Jornal.
Um livrinho
importantíssimo que começa assim:
«Contar a minha vida. Sempre que me falam nisso,
imagino-me sentado num banco de cozinha, com um grosso camisolão, ombros
caídos, a olhar por uma janela alta e estreita o que ele deixa ver da floresta.
Alguém deixou um machado na pequena clareira em frente da janela. Andarão a rachar
lenha. Grandes aves esvoaçam lá por fora, não muito alto decerto. E, além
disto, silêncio. O profundo silêncio do que não volta mais.»
O curioso é
ainda existirem exemplares à venda deste livro de Mário Dionísio.
A ficha técnica
não indica a tiragem mas não devia ultrapassar o milhar de exemplares.
Este país tão
riste de esquecer gente.
Ou como escreveu
Mário Dionísio, «o profundo silêncio
do que não volta mais».
Museu do Neo-Realismo
Rua Alves Redol, nº 45
Vila Franca de Xira
Horário: 3.ª a 6.ª feira, 10h00-18h00;
Sábado e domingo, 10h00-19h00;
Encerra à 2.ª feira e aos feriados.
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