quinta-feira, 14 de abril de 2011

NÃO VOTEM EM PARTIDOS MARXISTAS


Na sua edição, de 14 de Abril de 1975, “A Capital” dava conta das conclusões da Assembleia Plenária do Episcopado Português  – os senhores bispos desaconselhavam os portugueses a não votar em branco.

O voto em branco foi uma orientação de alguns elementos do MFA por considerarem que grande parte do eleitorado não estava em condições de poder escolher. A ideia consistia em fazer coincidir o voto em branco com uma atitude de confiança no MFA. Num comunicado lido na televisão o Movimento das Forças Armadas afirmava que o “voto em branco tem tanto valor como o voto em qualquer partido.”



 Num artigo publicado no “Boletim do Movimento das Forças Armadas” podia ler-se:
“Votar em branco não é crime nem traição. Ao fazê-lo estamos a escolher, estamos livremente a dizer o que pensamos e o que sentimos, cumprindo o nosso dever de patriotas, sem violentarmos a nossa consciência, nem voltarmos essa arma contra nós próprios.”




Pelo seu lado o Vaticano, numa clara intromissão na vida política portuguesa, pedia aos católicos portugueses que não votassem a favor de partidos políticos marxistas, antes votassem naqueles partidos que apoiem a religião, a família e o emprego.

“Não devem dar os seus votos a partidos, cujas opiniões e métodos são incompatíveis com a doutrina cristã do homem e a sua vida social.
Ninguém ainda conseguiu demonstrar que a visão católica do mundo e da vida pode ser reconciliada com ideias marxistas.”.

Curiosamente nunca vimos os bispos portugueses, o Vaticano, preocupados com a guerra colonial, com as perseguições e os crimes da PIDE.

O céu podia esperar!..

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