terça-feira, 26 de abril de 2011

PORREIRO, PÁ!


Uma rapaziada, por isto ou por aquilo, ligada ao PSD e agregada em redor duma coisa, capitaneada pelo presidente da "Vodafone", António Carrapatoso a que deram o nome de “Mais Sociedade”, sugerem que o recurso ao subsídio de desemprego implique uma redução de direitos na pensão de reforma, que os subsídios de férias e Natal sejam pagos em Títulos do Tesouro, que a idade da reforma passe a ser os 68 anos, e o mais que hão-de encontrar para nos lixar, ainda mais, a vida.

Verdade? Mentira? Especulação? Um gesto de mandar o barro à parede?

Entretanto, soube-se hoje que perto de 1 milhão e meio de idosos, recebe pensões abaixo de 485 euros mensais, enquanto, no “Jornal de Notícias” de hoje, Manuel António Pina, terminava assim a sua crónica:
  
“Escreve Carlyle na sua "História da Revolução Francesa" que as revoluções são sonhadas por idealistas, realizadas por "fanáticos" e quem delas sempre se aproveita são os arrivistas de todas as espécies.
O que se tem passado em Portugal não é excepção. O regime evoluiu, nestes 37 anos, para "uma coisa em forma de assim" democrática onde, dos valores centrais que sobrevivem da unânime explosão de esperança de 1974, sobram pouco mais que restos nostálgicos e corrompidos.
Não sei até que ponto a responsabilidade caberá aos "arrivistas de todas as espécies" ou, pelo contrário, terá sido a corrupção de valores que lhes abriu as portas. O certo é que somos hoje um país menos livre, menos igual e menos fraterno do que éramos ontem, e ontem menos do que tínhamos sido anteontem. E que a intervenção financeira externa, que fará do tal "país com mais de 800 anos" um mero protectorado, irá agravar a situação até níveis intoleráveis.
O drama é que estamos metidos num nó górdio e, até onde a vista alcança, não se vê nenhum Alexandre ou, ao menos, um homem de Estado. Só pequenez e mediania.”

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