sexta-feira, 15 de abril de 2011

PORREIRO, PÁ!


Quando a long time ago, um interessante, vasto q.b. número de gente com olhos de futuro, avisou para a entrada do país na CEE, nos cuidados que deveriam ser considerados e analisados, chamaram-lhes velhos do Restelo e as sumidades, umas já morreram, outras ainda se arrastam, bem na vida, por aí, gritaram que não podíamos perder o comboio da Europa, não podíamos deixar de aderir ao euro.

Hoje estamos assim: à beira da falência, ao louco endividamento das famílias, com muita gente a passar necessidades de ordem vária, fome também.

Recorro a José Saramago para lembrar o que, a long time ago, deixou expresso:

“Se há quem diga que tanto Pessoa já enjoa, dá vontade de dizer que tanto Mercado Comum é um mercado, um sítio onde se compra e onde se vende. A CEE é uma empresa com o seu conselho de administração, no qual apenas se sentam os grandes accionistas. A Europa é uma associação de interesses com parceiros ricos e parceiros pobres.
Os ricos vão continuar a ser ricos e os pobres vão continuar a ser pobres.”

Clarinho como água.

Então, a tal Europa deu milhões de euros ao parente pobre, dinheiro para tudo e mais alguma coisa, diinheiro para destruirmos a nossa agricultura, dinheiro para destruirmos a nossa frota pesqueira, dinheiro para liquidar as pequenas industrias. Ou seja: trocámos trabalho,  tomates, outros produtos hortícolas, cereais, vinhas, sardinhas, carapaus, outros peixes, por pontes, auto-estradas e rotundas.

Agora, os chicos-espertos, que chamaram velhos do Restelo aos outros, dizem que temos um elevado, extremamente preocupante, grau de dependência, mas estão ricos e outros maia ricos ficaram ainda.

Carlos Andrade, à altura, um economista do BES, numa entrevista ao “Semanário Económico” s/d, a propósito da aplicação dos fundos comunitários por Portugal:

“Analistas estrangeiros perguntam-me: o que fizeram ao dinheiro dos últimos 20 anos?”

Em Março de 1981, Michem Rocard, um insuspeito militante do Partido Socialista Francês, numa entrevista ao “Expresso”, disse “… a CEE não é grande coisa. Existe pouco, é como uma corrente de ar: abram-se as portas e deixa-se entrar não importa o quê.”

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