Da serenidade do povo, falava, numa frase que ficou para a História, Pinheiro de Azevedo, o almirante sem medo.
No pântano em que nos meteram, há quem se espante, se entristeça mesmo, face à resignação, à apatia que os portugueses vêm demonstrando.
Gozemos as férias pascais, este 25 de Abril, a uma segunda-feira, caiu que nem ginjas, depois logo se verá se os políticos, os partidos, nos arranjam saídas, apontam caminhos.
Só que se esquecem que, quem devia andar a pensar em caminhos para enfrentarmos a crise, salvar a economia, qualquer coisinha, apenas se preocupam com as eleições de 5 de Junho.
A guerra das sondagens, essa negociata que vale o que vale, já começou.
Marcelo Rebelo de Sousa já veio dizer que aproximação do PS ao PSD começa a ser perigosa:
"O PS está a subir um pouco, o PSD a descer outro tanto. É preciso travar e inverter esta tendência. Já não pode deixar aproximar mais porque começa a ser perigoso."
Muita coisa se pode dizer de José Sócrates, mas de falta de esperteza, mesmo que seja saloia, é que não.
Tendo memória, sabe que Cavaco Silva, enquanto primeiro ministro se afundou quando resolveu, numa terça-feira de Carnaval, não ter dado, ao funcionalismo público, tolerância de ponto, pelo que determinou e mandou publicar que hoje, quinta-feira santa, havia rtolerãncia de ponto.
De imediato, Pedro Passos Coelho, desde a sala de estar da sua casa em Massamá, disse que o governo deu um mau sinal, um sinal negativo:
"Eu creio que o Governo fez mal quando concedeu esta tolerância de ponto. Já temos um fim de semana bem prolongado, que começa com a sexta-feira de Páscoa, com a sexta-feira santa, e que vai até ao 25 de Abril, que calha a uma segunda-feira, e, portanto, o país não precisava, numa altura em que está a pedir a toda a gente na Europa que o ajude porque não é um país ainda suficientemente competitivo, porque não somos suficientemente produtivos”.
Perante esta posição, o ministro da presidência contrapôs que o governo concedeu a tolerância de ponto “como é tradicional, fosse qual fosse a cor política do Governo, inclusivamente em executivos liderados pelo PSD e em anos de recessão. Temos que ver as declarações do líder da oposição a propósito desta matéria apenas como mais uma declaração de oportunismo em período de campanha eleitoral”
Pedro Tadeu no “Diário de Notícias” de hoje:
“Não podemos exigir aos políticos que sejam uns anjos. Mas olhar para este panorama que estamos a viver e esperar que daqui saiam líderes capazes, verdadeiros estadistas, isso sim, é ser totalmente anjinho.”
No meio de todo este desvario e, segundo o “Público", Pedro Passos Coelho, afirmou que já tem na cabeça a composição do Governo que pretende formar se ganhar as eleições legislativas de 5 de Junho.
Pode ser que amanhã não chova.
Legenda: Imagem de Munch Golgotha
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