sexta-feira, 29 de abril de 2011

FERIADO NACIONAL


A imprensa publicada no dia 29 de Abril de 1974, dá notícia das primeiras decisões da Junta Nacional de Salvação em que o maior destaque vai para aquela que decreta o 1º de Maio, o Dia do Trabalhador, como Feriado Nacional.

Outras decisões:

Amnistia para os Presos Políticos.

Abolida a censura aos espectáculos.

Dissolução da Acção Nacional Popular.

Destituído o Chefe de Estado, bem como todo o Governo do regime deposto.

Outras notícias:

Continuava o regresso dos exilados políticos.

Os desertores e refractários do Exército Português, saúdam a Junta de Salvação Nacional, querem voltar e pedem amnistia.

Os críticos de televisão pedem o saneamento da RTP.

Tal como o MPLA, a FRELIMO rejeita a solução federativa entre Portugal e os países africanos.

Cinquenta contos eram o limite máximo para quem saísse do país.

O Almirante Henrique Tenreiro entregava-se à Junta de Salvação Nacional continuavam a entregar-se os ex-agentes da PIDE/DGS, o capitão Maltês, que comandou sangrentas repressões da polícia de choque, ainda não tinha sido detido.

Passa a designar-se Movimento Democrático Português, a congregação de vários sectores democráticos que integravam a CDE.

Um pouco por todo o país, populares continuavam a perseguir os pides. Apareciam os primeiros desmentidos de quem fora acusado de pertencer à Legião, à PIDE/DGS, ou tinham sido informadores da polícia política. Alguns eram acusados, por vizinhos, conhecidos como mera vingança pessoal. Começavam, por isso, os desmentidos. Este podia ler-se em “ A Capital”:

“O antigo “boxeur” Licinio Sena deslocou-se à nossa redacção, acompanhado do capitão Nuno Santos Silva do Movimento das Forças Armadas, do seu chefe no Tribunal de Contas, onde trabalha, e do seu filho, para nos declarar que não era agente da Pide.”

Outros optavam pela publicação, como publicidade paga, de anúncios deste teor:





Sobre este tipo de incidentes, o “Diário de Notícias”, publicava, na 3ª página, uma local que titulou como: “Enganos lamentáveis”:

“No clima de justa euforia em que actualmente se vive na nossa cidade, um dos principais alvos da população – o que, por vezes, gera alguma violência – tem sido a descoberta de elementos da extinta DGS e ainda não detidos.
Mas, se em muitos casos, se verificou que os indivíduos apanhados eram realmente daquela corporação policial, noutros ocorreram enganos que poderiam tornar-se lamentáveis, se não fosse a intervenção das forças militares.”

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