sábado, 16 de abril de 2011

PORREIRO, PÁ!



Amanhã há eleições na Finlândia.
Os portugueses nunca pensaram que um dia iriam preocupar-se (?) com o resultado das eleições finlandesas.
Do resultado dessas eleições, dizem os “experts” e neles me baseio, depende a ajuda que Portugal irá receber do Banco Europeu e do FMI.
Acontece que quase metade dos finlandeses opõe-se a qualquer ajuda a Portugal.
Também se sabe que o grupo alemão Europolis, que agrupa cerca de 50 empresários, juristas e economistas, vai interpor uma providência cautelar, alegando, em comunicado,

Entendem finlandeses, alemães, outros países de boa, ou regular economia, que somos uns reles “pigs” que nos portámos tão mal, que não merecemos qualquer tipo de ajuda.
Chegados aqui dá para pensar que essa coisa bonita da solidariedade europeia deve ter sido uma mera história contada para camelos que a compraram bem comprada.
Não é que os nossos governantes, os portugueses, em geral, que se endividaram muito para lá do possível, não merecessem o castigo, mas fica a ideia que desatar agora ao pontapé não resolve a situação do país, e em última análise da comunidade europeia.
De resto a  actuação das agências de rating, o que de repente passámos a saber (?), nas economias dos países, concretamente no de Portugal, é um caso de polícia.
Mas não há polícia para enfiar os responsáveis nos calabouços.
Contudo,  um grupo de personalidades portuguesas apresentou, na Procuradoria da República, um texto de denúncia de que retenho a parte final:

“O crime de manipulação do mercado tem como pressupostos a divulgação de informações falsas ou inexactas que conduzam ao engano e tem por objectivo alterar artificialmente o regular financiamento dos mercados. Trata-se de um crime material de resultado, praticado com o fim de obter um benefício ou causa um dano a terceiro.
Na actividade das agências denunciadas encontramos indiciariamente todos estes requisitos.

Justifica-se, assim, a abertura dum inquérito para descobrir e recolher provas, que, além do mais que doutamente for considerado relevante, se sugerem para apurar:
a) a prática dos actos abusivos que são imputados às Denunciadas;
b) a existência de graves prejuízos produzidos nos interesses do Estado e do povo Português;
c) a identificação dos quadros directivos das ditas agências e os autores dos actos objecto desta denúncia, além das pessoas já indicadas;
d) se os benefícios obtidos pelas agências denunciadas e seus clientes foram de notória importância;
e) quais os contratos celebrados a partir de 1 de Janeiro de 2010 com as entidades participantes no mercado da dívida pública portuguesa;
f) todas as comunicações internas respeitantes às classificações referentes a Portugal, a partir de 1 de Janeiro de 2010.”

O texto completo, encontra-se disponível aqui, onde também se pode solidarizar com a petição.

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