«Daqui a um mês, quando voltar de férias, poderei estar a escrever sobre a Terceira Guerra Mundial. Daqui a um mês, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão, Europa da NATO e outros satélites poderão estar a combater, simultaneamente, a Rússia, a China e respetivos aliados. Daqui a um mês, o maior potencial destruidor do planeta Terra pode estar a ser utilizado, em frenesim, num combate descontrolado entre todas as potências militares do mundo.
É este medo que a visita de Nancy Pelosi a Taiwan me coloca.
O sinal que dá esta viagem da presidente da Câmara dos Representantes
dos EUA a um território autónomo que a China reivindica como seu (e a ONU
concorda) é terrível: depois das autoridades chinesas (em nome de três posições
anteriores de reconhecimento da soberania chinesa sobre Taiwan, assinadas pelos
líderes dos dois países) terem exigido que essa viagem não acontecesse, depois
de tudo o que se passou e se passa na Ucrânia, que conclusão poderemos
tirar?...
A resposta parece óbvia: é mesmo do interesse da maior potência do
mundo encontrar uma desculpa para lançar a guerra generalizada no planeta,
talvez convencida de que essa é a única maneira de manter a sua hegemonia.
A análise da liderança norte-americana, no seu egoísmo nacionalista
(semelhante aos egoísmos imperialistas que levaram à I Guerra Mundial), pode
até estar certa, mas a sua possível consequência custará milhões de vidas, uma
destruição enorme, uma miséria descomunal e o fim da liberdade nas democracias
- já declaradamente limitada desde que começou a guerra na Ucrânia.
Não é aceitável.»
Pedro Tadeu no Diário de Notícias
1 comentário:
No momento que passa a visita de Nancy Pelosi foi uma vergonhosa, lamentável e inaceitável provocação!
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