«A voz de Laura Welman tornou-se subitamente aguda:
-Com que então é isso que Gerrard te
anda a meter na cabeça? Não dês ouvidos ao teu pai, Mary. Nunca viveste nem
viverás à minha custa! Peço-te que fiques cá um pouco mais somente por minha
causa. Isto acabará em breve… Se as coisas acontecessem como devia ser, a minha
vida terminava neste momento, e não haveria nada destas demoras tolas com
enfermeiras e médicos.
- Não é bem assim, srª Welman. O dr.
Lord diz que pode ainda viver muitos anos.
- Obrigada, mas não o desejo! Disse-lhe
outro dia que num país devidamente civilizado, o que havia a fazer era eu declara-lhe
categoricamente que queria terminar com isto e ele liquidava-me sem dor com
qualquer droga apropriada. E disse-lhe mais: Se o doutor tivesse coragem,
fazia-o!
- E que disse ele?
- O descarado limitou-se a rir de mim, filha, e disse que não estava para se arriscar a ser enforcado. E acrescentou ainda: «Se me deixasse o seu dinheiro, era um caso diferente, é claro!» Ora vejam o impertinente! Mas eu gosto dele. As suas visitas fazem-me melhor do que os remédios que me receita.»
Agatha Christie em Poirot Salva o Criminoso
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