O Inter de Milão vivia a sua época de ouro com Helenio Herrera como
treinador.
Em 25 de Maio de 1967 o modesto Celtic apresentou-se no Estádio Nacional,
em Lisboa ,para disputar a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Todo o favoritismo era atribuído aos italianos.
Lisboa foi invadida por uma multidão de escoceses que encheram as ruas
de Lisboa e, antes do jogo, cantaram, beberam cerveja como se fosse o último
dia de todas as suas vidas.
Porque, para eles, ganham ou percam, o futebol é uma festa.
Os italianos marcaram logo aos 7 minutos um golo através de uma grande
penalidade e remeteram-se ao célebre catenaccio que, por aqui, ficou conhecido
como ferrolho.
Uma loucura indescritível.
Os portugueses apoiaram, incondicionalmente, os escoceses, a velha
tendência para apoiar os mais fraco,s e também participaram na grande festa.
Lembro-me bem.
No dia seguinte o aeroporto da Portela era um mar de escoceses
espalhados pelos bancos, pelo chão. Andaram, toda a tarde e noite, pela cidade
a comemorar e esqueceram tudo e muitos acabara por perder os voos de regresso a
Glasgow.
Who cares?
Ainda hoje, quando acontece o Celtic vir jogar a Lisboa, os adeptos fazem
uma peregrinação ao Estádio Nacional e ali ficam a olhar para o sítio onde
foram felizes.
The Lions Lisbon foi o nome porque ficaram conhecidos os jogadores que
alinharam nessa tarde sol no Jamor.
Este é um recorte de um artigo publicado no Diário Popular de 26 de
Março de 1967.
Nele é abordado o dilema das chamadas «viúvas do Inter».
Helénio Herrera impunha aos seus jogadores – casados e solteiros – um regime
espartano que ninguém devia ignorar, sob pena de pesadas multas.
Legenda: o anúncio do final da Taça foi publicado em O Século de 14 de Maio de 1967.
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