Canção Tão Simples
(Imitação
de João de Deus para irritar certos críticos)
Quem poderá domar os cavalos do vento
quem poderá domar este tropel
do pensamento
à flor da pele?
Quem poderá calar a voz do sino triste
que diz por dentro do que não se diz
a fúria em riste
do meu país?
Quem poderá proibir estas letras de chuva
que gota a gota escrevem nas vidraças
pátria viúva
a dor que passa?
Quem poderá prender os dedos farpas
que dentro da canção fazem das brisas
as armas harpas
que são precisas?
quem poderá domar este tropel
do pensamento
à flor da pele?
Quem poderá calar a voz do sino triste
que diz por dentro do que não se diz
a fúria em riste
do meu país?
Quem poderá proibir estas letras de chuva
que gota a gota escrevem nas vidraças
pátria viúva
a dor que passa?
Quem poderá prender os dedos farpas
que dentro da canção fazem das brisas
as armas harpas
que são precisas?
Quem poderá domar a tempestade
quem poderá calar a voz do vento
e a liberdade
do pensamento?
Canta canção
flor de revolta
pássaro à solta
na minha mão.
E se te querem amordaçada
e se te pedem resignação
puxa da espada
e grita: Não.
Que ninguém pode proibir que sopre o vento
ninguém pode domar a tempestade
ninguém pode prender o pensamento
ninguém pode matar a liberdade.
Manuel Alegre em O Canto e as Armas
Canção de Adriano Correia de Oliveira
Música de José Niza
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