Lindíssima senhora que era, faria hoje uns lindíssimos 85
anos.
Fez dos mais bonitos filmes da história do Cinema mas teve
uma vida nada fácil.
Nos últimos anos da sua vida, Audrey Hepburn entregou-se por
inteiro às causas da UNICEF. Esses tempos ter-lhe-ão amenizado as memórias de
uma vida sentimental à beira do abismo. Tropeçou sempre em homens que se
serviram apenas, da sua beleza, da encantadora pessoa que era.
Entre outros, José Ferrer fez-lhe a vida num inferno,
William Holden contava-lhe histórias de elefantes, Ben Gazzara confessou mais
tarde que obviamente não estava apaixonado. Fiquei lisonjeado por alguém assimestar apaixonado por mim. Mas só percebi a a profundidade do amor dela quando adeixei. Ela disse a outras pessoas, mas não a mim, que eu lhe causara umdesgosto de amor. Era tão simpática e doce. E magoei-a.
Vistos de longe, os Óscars da Academia valem a ponta de um
corno, mas para alguma gente do cinema é um factor importante.
Audrey, para além de uma série de desconsiderações dos
estúdios, nunca ultrapassou a tristeza de, pelo menos, não ter sido nomeada
pelo papel de Eliza Doolittie que representa nesse extraordinário MyFair Lady de George Cukor, vencedor, em 1965, de oito óscares da
Academia,
Desabafou um dia: a minha carreira é um mistério para mim.
Neste dia, poderia ir buscar outras imagens, mas fica aquele
em que Aufrey Hepburn, sentada numa janela aberta com uma guitarra nas mãos nas
mãos canta Moon River, essa lindíssima canção de Henri Mancini, da banda sonora
de Boneca de Luxo, baseado num livro de Truaman Capote, que entendia que Marilyn Monroe
era a pessoa certa para a personagem de uma prostituta solitária e inquieta de
Manhattan.
Não digo que Capote não tivesse as suas razões, mas teríamos
perdido aquela doçura de uma boneca de luxo chamada Audrey Hepburn.
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