segunda-feira, 12 de maio de 2014

COISAS EXTINTAS OU EM VIAS DE...


Diferente era a cidade antes de ser invadida pelo pechisbeque dos Centros Comerciais.

Este anúncio da Discoteca Melodia e foi publicado no jornal A Voz de 12 de Maio de 1967.

Antes do incêndio que destruiu o Chiado, contavam-se cinco discotecas.

Na Rua do Carmo, a Melodia, a Universal e a Discoteca do Carmo.

Na Rua Nova do Almada, a tradicional Valentim de Carvalho e mais tarde, um pouco mais abaixo surgiu a Strauss.

Pelo menos duas vezes por mês fazia uma visita a estes principados.

Nem sempre para comprar mas para ter o prazer de olhar os vinis e andar á cata de novidades, ou uma qualquer raridade.


 Pensando um pouco, a Melodia terá sido a loja onde comprei mais discos, mas foi na Discoteca do Carmo que fiz as melhores compras.

De uma lembro-me perfeitamente: o LP que regista a gravação de Morte e Vida Severina, auto de João Cabral de Mello Neto, música de Chico Buarque, comprado num qualquer tempo do Natal de 67.

E não foi pechincha, custou uma nota preta.

Depois do incêndio, a Melodia ainda abriu uma loja quase no mesmo local da anterior, se bem que em moldes diferentes, mas os tempos eram outros.

Um pouco mais acima o tubarão Fnac abria portas no Centro Comercial dos Grandes Armazéns do Chiado, a Valentim de Carvalho, em frente, abria uma megastore no Edifício Grandella e nem a velha senhora conseguiu competir com o tubarão.

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