Diferente era a cidade antes de ser invadida pelo pechisbeque dos Centros Comerciais.
Este anúncio da Discoteca Melodia e foi publicado no
jornal A Voz de 12 de Maio de 1967.
Antes do incêndio que destruiu o Chiado, contavam-se cinco
discotecas.
Na Rua do Carmo, a Melodia,
a Universal
e a Discoteca
do Carmo.
Na Rua Nova do Almada, a tradicional Valentim de Carvalho e
mais tarde, um pouco mais abaixo surgiu a Strauss.
Pelo menos duas vezes por mês fazia uma visita a estes
principados.
Nem sempre para comprar mas para ter o prazer de olhar os
vinis e andar á cata de novidades, ou uma qualquer raridade.
De uma lembro-me perfeitamente: o LP que regista a gravação
de Morte
e Vida Severina, auto de João Cabral de Mello Neto, música de Chico
Buarque, comprado num qualquer tempo do Natal de 67.
E não foi pechincha, custou uma nota preta.
Depois do incêndio, a Melodia ainda abriu uma loja quase
no mesmo local da anterior, se bem que em moldes diferentes, mas os tempos eram
outros.
Um pouco mais acima o tubarão Fnac abria portas no Centro
Comercial dos Grandes Armazéns do Chiado, a Valentim de Carvalho, em
frente, abria uma megastore no Edifício Grandella e nem a velha
senhora conseguiu competir com o tubarão.
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