No dia 17 de Maio de 1974 saía para as bancas o primeiro número, legal, do Avante, órgão central do Partido Comunista Português.
António Dias Lourenço é o seu primeiro director e a numeração mostrava nº1, Ano 44, Série VII.
A numeração do Avante está dividida por séries. As
primeiras cinco abrangem o período até à interrupção da publicação em 1938; a
VI série vai de 1941 a 1974.
Segundo uma notícia publicada pelo Diário Popular de 30 de
Maio de 1974 chegou a ser considerada a hipótese do Avante ser um jornal
diário vespertino, mas a ideia acabou
por não se concretizar e o jornal haveria de aparecer com semanário, periodicidade
que ainda hoje mantém. Segundo os
números do Partido a tiragem desse dia atingiu quase meio milhão de exemplares.
Durante esse período o PCP, lutando com grandes dificuldades e
deficiências, viveu momentos muito delicados.
O golpe militar fascista de 28 de Maio de 1926, na véspera do início do
II Congresso do Partido, e a imposição da clandestinidade, no ano seguinte,
vieram agravar ainda mais as condições de trabalho e, naturalmente, dificultar
a existência de uma imprensa partidária capaz de responder às necessidades.
Reaparecido em Agosto de 1941, o jornal estabiliza-se com a saída
regular todos os meses que se manteria ininterruptamente até Abril de 1974.
O golpe militar fascista de 28 de Maio de 1926, na véspera do início do
II Congresso do Partido, e a imposição da clandestinidade, no ano seguinte,
vieram agravar ainda mais as condições de trabalho e, naturalmente, dificultar
a existência de uma imprensa partidária capaz de responder às necessidades.
É tremendamente difícil a feitura do Avante clandestino. Apesar
de todos os cuidados, a PIDE consegue localizar e destruir as tipografias
clandestinas que, com regularidade, mudavam de local.
A história do Avante é um manancial de histórias
que demonstram a firmeza e a luta tenaz dos militantes do Partido.
Entre muitos outros, estaca-se o operário vidreiro José Moreira que, em 24 de
Janeiro de 1950 é preso pela PIDE e depois torturado até à morte por se recusar
a revelar a localização da tipografia onde o jornal era impresso.
É dele a frase: uma tipografia clandestina é o coração da
luta popular. Um corpo sem coração não pode viver.
Dizem os camaradas que com José Moreira trabalharam, que ele
percorria em média 2.500 quilómetros por mês, sentado numa «pasteleira», nem bicicleta
era, levando os originais para as tipografias clandestinas, procedendo depois à
sua distribuição.
Esta é uma gravura de José Dias Coelho, publicada no nº 304 do jornal, Agosto de 1961, e que mostra uma tipografia clandestina do Avante.
Por ocasião do 50º aniversário do Avante, José Cardoso
Pires escreveu este depoimento:
Fontes: Dados
recolhidos num volume em que estão reproduzidas algumas das primeiras páginas do
jornal e publicado por Edições Avante em Março de 1977.
A gravura de José Dias Coelho é retirada do seu livro A
Resistência em Portugal, Editorial Inova, Porto, Junho de 1974.
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