Pelo monte abaixo, à chuva, entrei num esplendoroso restaurante da Rue de Clignancourt e comi a imbatível sopa de puré francesa e uma boa refeição com um cestinho de pão francês e o meu vinho e os copos de pé alto e fino com que sonhara. – Olho através do restaurante para as coxas tímidas de uma jovem recém-casada que come o grande jantar de lua-de-mel com o noivo lavrador, sem que nenhum deles fale. – Levarão cinquenta anos a fazer o mesmo nalguma cozinha ou sala de janatar provinciana. – O sol brilhou de novo e, de barriga cheia, vagueei por entre as galerias de tiro e os carrocéis de Montmartre e vi uma jovem mãe abraçando a filinha que segurava uma boneca, fazendo-a saltar no colo e rindo e abraçando-a porque se divertiam tanto no cavalinho de pau e vi o amor divino de Dostoievski nos olhos dela ( e lá em cima no monte sobranceiro a Montmartre Ele estendeu os Seus braços).
Jack Kerouac em Viajante Solitário
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