Recordações da Casa dos Mortos
Fédor Dostoievski
Tradução: Fernanda Pinto Rodrigues
Colecção Livros de Bolso Europa-América nº
39
Publicações Europa-América, Lisboa, Setembro
de 1972
Abril já começou e
a Semana Santa aproxima-se. Pouco a pouco, iniciam-se os trabalhos de Verão. O sol
torna-se cada dia mais quente, mais luminosos, e o ar cheira a Primavera e
perturba os nervos. A chega do bom tempo influência até os homens agrilhoados,
desperta neles desejos e ardores, uma tristeza nostálgica. Pensa-se mais
ardentemente na liberdade quando o sol brilha do que durante as borrascas do
Inverno ou os dias chuvosos do Outono. É facto comprovado entre os reclusos: um
dia bonito e claro alegra-os, mas torna-os também mais propensos à impaciência
e à irritação.
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