quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

VIAGENS POR ABRIL


 

                 Este não é o dia seguinte do dia que foi ontem.

                 João Bénard da Costa

 Será um desfilar de histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que aconteceram.

Talvez não tenha sido muito boa a ideia de que para estas Viagens por Abril a escolha tenha recaído num «Tudo ao monte e fé em Deus».

Não foi mesmo.

É sempre tarde quando se chora!...

A escolha recai hoje num depoimento do jornalista António Rego Chaves, num título de crónica que destila toda a angústia e frustração que invadiu muitos de nós : «EM LOUVOR DO 24 de ABRIL»

Porque relembrando Bénard da Costa: «Este não é o dia seguinte do dia que foi ontem.»

2 comentários:

Luis Eme disse...

Estou a gostar bastante desta série com tanto Abril, Sammy.

(pena que muitos dos textos, como este, não estejam datados, porque também nos ajudavam a situar no tempo...).

Sammy, o paquete disse...

50 Anos do 25 de Abril.
Aquando da tal madrugada por que se esperava, tinha 29 anos.
Há uma frase do Mário Viegas, instinto genial de homem do Teatro, na sua «Auto-PhotoBiografia (Não Autorizada», agora republicada num bonito volume, que nunca esqueci:
«25 de ABRIL SEMPRE (para mim acabou no dia 2 de Maio de 1974).»
Por tudo o que (não) aconteceu, entretanto foi acontecendo, faz de Mário Viegas um mágico adivinho de futuros mundos só ao alcance, repito, de geniais homens do Teatro.
O 25 de Abril no Cais, está espalhado por centenas de textos, recortes, fotografias, capas de jornais, sei lá mais o quê.
Deu para mexer em tudo aquilo, pastas e pastas de recortes, jornais completos de Abril a Maio, uns quase a desfazerem-se. Mas vai começando (?) a faltar energia. Já há muito olhei para isso mas tenho que citar sempre o dia único de uma vida.
Têm saído uma série de velhos recortes em que, acima de tudo, jornalistas desfiam um tempo melancólico do que foi e já não é. O de António Rego Chaves é de uma verdade cruel que traz sempre à memória frase do José Mário Branco: «Houve aqui alguém que se enganou…»
Mas tinha mesmo de fazer estas Viagens.
Há tempos, conversando com 3 dos meus 5 netos, que já têm idade para se poder ter determinadas falas, lhes disse que temos de dar uma ordem nova a todos estes recortes que pululam por aqui. Ouvi, então:
- Eh, pá!, mas para quê? Está tudo na net!...