Viajante Solitário
Jack Kerouac
Tradução:
Fernanda Pinto Rodrigues
Capa: Pedro
Metello
Colecção Minerva
de Bolso nº 39
Editorial
Minerva, Lisboa, Junho de 1975
Dois dias depois, o S.S. Roamer levanta fero sem mim porque no sindicato não me deixaram
entrar, não estava inscrito, e disseram-me que só me restava ficar por ali uns
meses a trabalhar no cais ou qualquer coisa e esperar por um barco de cabotagem
para Seattle e eu pensei «se 6tenho de viajar pelas costas descerei a costa que
cobiço». Por isso, vejo o Roammer abandonar o cais de Pedro, novamente à
noite, com a luz vermelha de bombordo deslizando pela água fora seguidas pelas
luzes fantasmais dos mastros, vup! (o apito do pequeno rebocador), depois as
luzes fracas, gandarviformes, ilusórias e reminiscentes dos Maias das
escotilhas onde alguns dos tripulantes lêem nos beliches, outros petiscam na
messe e outros, como o Deni, escrevem cartas veementes, com uma grande caneta
de tinta permanente vermelha, assegurando-me que na próxima viagem à volta do
mundo embarcarei no Roammer.
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