Odes Elementares
Pablo Neruda
Tradução: Luis
Pignatelli
Capa: Fernando
Felgueiras
Colecção
Poesia Século XX nº 14
Publicações Dom
Quixote, Lisboa, Novembro de 1977
Ode à Tristeza
Tristeza, escaravelho
de sete patas quebradas,
ovo de teia de aranha,
ratazana descarnada,,
esqueleto de cadela:
Aqui não entras.
Não passas.
Vai-te.
Volta
para o Sul com o teu guarda-chuva,
volta
para o norte com os teus dentes de cobra.
Aqui vive um poeta.
A tristeza não pode
entrar por estas portas.
Pelas janelas
entra o ar do mundo,
as vermelhas rosas novas,
as bandeiras bordadas
do povo e as suas vitórias.
Não podes.
Aqui não entras.
Se agitares
de sete patas quebradas,
ovo de teia de aranha,
ratazana descarnada,,
esqueleto de cadela:
Aqui não entras.
Não passas.
Vai-te.
Volta
para o Sul com o teu guarda-chuva,
volta
para o norte com os teus dentes de cobra.
Aqui vive um poeta.
A tristeza não pode
entrar por estas portas.
Pelas janelas
entra o ar do mundo,
as vermelhas rosas novas,
as bandeiras bordadas
do povo e as suas vitórias.
Não podes.
Aqui não entras.
Se agitares
as tuas asas de morcego,
eu calcarei as penas
que caírem de teu manto,
varrerei os destroços
de teu cadáver para
os quatro pontos cardeais
torcer-te-ei o pescoço,
e enterrarei, tristeza, os teus ossos roedores
debaixo da Primavera duma macieira.
eu calcarei as penas
que caírem de teu manto,
varrerei os destroços
de teu cadáver para
os quatro pontos cardeais
torcer-te-ei o pescoço,
e enterrarei, tristeza, os teus ossos roedores
debaixo da Primavera duma macieira.
Sem comentários:
Enviar um comentário