A Praça do Chile
está dentro das fronteiras, largas fronteiras, da rua onde nasci.
No meio da praça
está a estátua de Fernão de Magalhães, da autoria do escultor chileno Guilherme
Cordoba, inaugurada no dia 17 de Outubro de 1950.
Antes, estava a
Fonte de Neptuno, originária do antigo Chafariz do Loreto que se ergueu no
Lardo do Chiado entre 1771 e 1853 e da autoria de Machado de Castro.
A Praça do Chile
pertence à Freguesia de Arroios e tomou esta designação em 1928, em homenagem à
República do Chile.
A estátua de
Fernão de Magalhães é idêntica à que se encontra em Punta Arenas.
Quando a Estátua
de Neptuno deixa a Praça do Chile, teria à volta de 5 anos, mas não tenho
nenhuma ideia de a ver por ali.
Luiz Pacheco
nasceu na Rua da Estefânia no nº 91, no 1º andar, e por ali viveu durante vinte
anos.
A minha casa da Estefânia tinha muita gente e havia um
relógio na casa de jantar, outro na cozinha, o criado da velha tinha um
relógio, a velha tinha outro relógio, toda a casa funcionava com os relógios.
Depois as pessoas iam morrendo, o tempo passava, os relógios iam parando,
iam-se estragando com o tempo.
(Entrevista a
João Paulo Cotrim, Verão de 1995 em O Crocodilo Que Voa.)
Numa entrevista
concedida a João Pedro George, Maio de 2005, também incluída em O CrocodiloQue Voa, Pacheco refere a zona Estefânia/Praça do Chile:
A Praça do Chile está na mesma… não está exactamente
na mesma porque havia um lago no meio… o lago que depois estava no Largo Dona
Estefânia… nos meus 14 anos, no tempo do liceu, havia a rua de grande movimento
e muito populosa que era a Morais Soares, havia a Carvalho de Araújo, que ia
até à Alameda, e depois acabava… não havia a Alameda, não havia o Técnico,
depois era o Areeiro e até à Avenida do Brasil, ao aeroporto, eram terrenos,
quintas aqui ou ali, pequenas quintas, depois eram zonas de despejo, onde as
camionetas despejavam ali nos terrenos…
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