O Crocodilo Que Voa
Entrevistas
Organização e
introdução de João Pedro George
Capa: Vera
Tavares
Tinta-da-China,
Lisboa Fevereiro de 2008
Não é isso! Há bocado falámos da avença: o Torga não
era um escritor avençado! Era até um escritor único em Portugal, e no mundo,
porque era um gajo que se editava a si próprio. Mas é um chato do caneco. Por
exemplo, faz um poema para cada Natal: é como quem mata uma galinha ou um peru!
O gajo para mim era um mestre, foi muito importante
na minha vida, e se o meu livro é uma autobiografia tenho que meter sempre o
Torga! Mas deixei de lê-lo porque é um grandessíssimo chato! Não é não gostar
dele: enganou-me! Então o gajo que não queria entrevistas nem prémios
literários mamou os prémios todos quantos havia e morreu, como diz o Mário
Soares, com a frustração de não ter tido o Prémio Nobel! Não queria mais nada?!
E é muito reacionário, benza-o Deus, coitadinho!
(Da entrevista a Mário Santos, Público, Março de 1995).
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