O Velho e o Mar
Ernest Hemingway
Tradução Jorge de Sena
Capa e Ilustrações: Bernardo Marques
Edição Livros do
Brasil, Lisboa Abril 2002
Sempre pensava no
mar como la mar, que é o que o
povo lhe chama em espanhol, quando o ama. Às vezes, aqueles que gostam do mar
dizem mal dele, mas sempre o dizem como se ele fosse mulher. Alguns dos
pescadores mais novos, os que usam bóias por flutuadores e têm barcos a motor,
comprados quando os fígados de tubarão davam muito dinheiro, dizem el mar,
que é masculino. Falavam dele como de um antagonista, um lugar, até um inimigo.
Mas o velho sempre pensava no mar como feminino, como algo que entrega ou recusa
favores supremos, e, se tresvariava ou fazia maldades era porque não podia
deixar de as fazer. A lua influi no mar como as mulheres, pensava ele.
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