quarta-feira, 9 de agosto de 2017

OLHAR AS CAPAS


A Mulher Fantasma

William Irisch
Tradução: Wilson Velloso
Capa: Cândido Costa Pinto
Colecção Vampiro nº 38
Livros do Brasil, Lisboa s/d

- Tem o réu alguma coisa a declarar antes que o tribunal anuncie a sentença?
- Que poderei eu dizer, quando afirmam que cometi um crime, e só sei que não o cometi? Quem me dará ouvidos, quem me dará crédito?
- O meretíssimo juiz vai dizer-me que devo morrer e se o disser, morrerei. Não tenho à morte mais medo do que qualquer outro homem. Mas tenho tanto medo de morrer como os outros. Não é fácil morrer, e é ainda mais difícil morrer em consequência de um equívoco. É a forma mais penosa da morte. Quando chegar a minha hora, comportar-me-ei o melhor que puder; nada mais posso fazer.

Mas digo-lhes a todos, a todos os presentes, que não me hão-de ouvir nem crer: não matei. Nem todas as conclusões de todos os júris, nem todos os julgamentos de todos os tribunais, nem todas as execuções de todas as cadeiras eléctricas do Mundo inteiro, transformarão em verdade aquilo que o não é.

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