A Mulher Fantasma
William Irisch
Tradução: Wilson Velloso
Capa: Cândido Costa Pinto
Colecção Vampiro nº 38
Livros do Brasil, Lisboa s/d
- Tem o réu alguma
coisa a declarar antes que o tribunal anuncie a sentença?
- Que poderei eu
dizer, quando afirmam que cometi um crime, e só sei que não o cometi? Quem me
dará ouvidos, quem me dará crédito?
- O meretíssimo juiz
vai dizer-me que devo morrer e se o disser, morrerei. Não tenho à morte mais
medo do que qualquer outro homem. Mas tenho tanto medo de morrer como os
outros. Não é fácil morrer, e é ainda mais difícil morrer em consequência de um
equívoco. É a forma mais penosa da morte. Quando chegar a minha hora,
comportar-me-ei o melhor que puder; nada mais posso fazer.
Mas digo-lhes a
todos, a todos os presentes, que não me hão-de ouvir nem crer: não matei. Nem
todas as conclusões de todos os júris, nem todos os julgamentos de todos os
tribunais, nem todas as execuções de todas as cadeiras eléctricas do Mundo
inteiro, transformarão em verdade aquilo que o não é.
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