Hugo Correia Pardal foi, durante mais de quatro décadas, um dos mais importantes pedagogos do
Reformatório de S. Fiel. onde desenvolveu uma obra ímpar de formação
profissional de jovens desamparados, com
problemas familiares ou de integração social.
Do jornal Reconquista de Castelo Branco:
«Com 73 anos de idade, faleceu no dia 1 de Abril de 1976, o assíduo e
estimado colaborador de Reconquista, de longa data, Hugo Correia Pardal. Uma
das suas últimas sugestivas crónicas, a intitulava ele - como uma premonição -
«São horas .. .» Era a evocação de um sincopado diálogo de dois velhos que,
diariamente, no banco do jardim dos reformados se encontravam: «cá estamos'»
... e se despediam, «são horas .. .», até que um dia o duo se desfez. Um dos
velhotes jamais voltaria. Em vão o companheiro o esperava. 'Não estranhou,
contudo. É que os velhotes têm sempre consigo - assim terminava a sua crónica -
a outra companhia que se lhes entremostra na presença de uma sombra em cada
hora a seu lado mais íntimo e familiar. Por isso também ele não voltou, e Deus
sabe porque abalando disse pela última vez, só para si e para mais nínguém: - «São
horas.»
Na edição do Jornal do Fundão de 12 de Abril de 1997,
o leitor António Alves Ribeiro recordava:
«Hugo Correia Pardal foi um grande poeta, professor e pedagogo! A sua
poesia ou prosa, escritas sempre com tinta roxa e com aparos dos antigos, eram
mensagens tão simples e significativas que mais pareciam a cartilha da
verdade.»
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