Qual dos Cinco?
Dorothy L. Sayers
Tradução: Almirante
Alberto Aprá
Capa: Cândido Costa
Pinto
Colecção Vampiro nº
22
Livros do Brasil,
Lisboa s/d
Quem vive em Galloway ou é pintor ou é pescador. Talvez isto não seja
rigorosamente assim visto que o pintor, quando não trabalha, passa o tempo a
pescar. E quem não faz nem uma coisa nem outra é considerado um excêntrico. O
peixe é o assunto de todas as conversas, na loja de bebidas, no correio, na
garagem e na rua; e isto aplica-se a todas as pessoas, desde o individuo que aí
vai passar a estação e traz canas de pesca e um Rolls-Royce, até aquele que
leva uma vida contemplativa e vem ver as redes de salmão em Dezembro. O tempo,
que nas outras partes de Inglaterra é avaliado pelas normas do fazendeiro, do
jardineiro e do visitante, em Galloway, é avaliado pelo peixe e pela pintura. O
pescador-pintor é quem ganha mais com o tempo, porque, se está bom, tem um
dilúvio de trutas e os montes e o mar enfeitam-se com cores radiosas; a chuva
interrompe a pintura mas enche de água os rios e os lagos, e podem então
recorrer à cana de pesca e ao cesto. Quando o tempo está frio e enevoado e não
há cor de púrpura nos montes, reúnem-se no bar e conversar e a discutir o modo
de dar emprego aos anzóis.
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