Cartas Que Me
Foram Devolvidas
António Botto
Editora Argo, Lisboa, Abril de 1940
As tuas cartas têm
vindo breves, lacónicas, porquê? As minhas já te fadigam? Se assim for, não as
rasgues, - devolve-as e não as leias. Recebo-as com esta calma que me veio
desde que penso que me foges. Rasgá-las, não. Ao rasgarmos cartas de amor
alguma coisa de duas almas se destrói e se perde irremediavelmente.
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