Até ao dia 18 de Agosto,
a GNR já tinha levantado 782 processos de contraordenação por incumprimento da
legislação que estabelece o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra
Incêndios. São multas por comportamentos negligentes dos donos das terras, como
a falta de gestão das faixas combustíveis, as fogueiras ou queimas, ou a falta
de limpeza dos terrenos ou da limpeza junto às estradas.
Mas até ao momento apenas foram pagos 74.040
euros em coimas (65.240,00 euros por singulares e 8.800,00 por
empresas)."A maior parte dos proprietários prefere pagar a coima, no valor
de 140 euros, do que mandar limpar o terreno, o que custa 500 a mil euros
Os 74 mil euros são
uma gota no vasto oceano de danos causados pelos fogos.
O incêndio de
Pedrógão Grande causou 497 milhões de euros em prejuízos totais. O Estado só
conseguiu arrecadar um milhão de euros em autos de contraordenação pagos por
proprietários de terrenos florestais desde 2014 até agora.
Segundo descreve o Diário de Notícias de hoje, é à GNR que
compete "carregar" a estatística das causas dos incêndios para o
Sistema de Gestão Florestal.
Até ao dia 2 de agosto, a Guarda tinha investigado as causas de 8122
fogos, concluindo que 40% das ocorrências, ou seja, 3320 incêndios tiveram
causas negligentes. Depois houve 1374 fogos que foram causados com dolo ou
intenção, 17% do total. Registados ainda 699 fogos, 9% do total, que tiveram
origem em reacendimentos e apenas 82, apenas 1%, que surgiram por causas
naturais. A destacar, um conjunto apreciável de incêndios com causa
desconhecida: 2647, ou seja, 33% do total. «Nestes, em que não foi possível
apurar a causa dado o estado do terreno por causa da deflagração, ou por outros
motivos, podem ter sido intencionais ou negligentes. A verdade é que em 85% dos
casos os incêndios foram causados por intervenção humana. Quanto aos fogos
causados por reacendimentos, mostram "que a vigilância pós incêndio não
funcionou», segundo um responsável.
Este ano, a Guarda já
identificou 700 indivíduos como potenciais incendiários, nas aldeias e zonas
rurais do país.
No sábado, na zona de
Sintra,um homem de 78 anos foi detido depois de ter sido apanhado pela GNR em
flagrante delito enquanto ateava fogo ao Parque Natural Sintra-Cascais.
Após a detenção, o
indivíduo confirmou a autoria do crime, acrescentado que era a quinta vez que
tentava atear fogo naquela zona do parque natural. As autoridades encontraram,
inclusive, várias provas que o comprometiam, na viatura em que se fazia transportar.
Segundo a GNR, o
arguido cometeu ainda um crime de corrupção activa na forma tentada, quando, já
detido, tentou ofereceu 230 euros em dinheiro aos elementos da GNR para o
libertarem.
Segunda-feira
comparece perante um juiz.
Sem comentários:
Enviar um comentário