domingo, 6 de abril de 2025

O OUTRO LADO DAS CAPAS


As grandes leituras também se fazem com livros baratos.

 As dificuldades económicas que naquele se viviam, obrigavam a recorrer às pequenas colecções que se iam publicando. O caso da Mosaico «pequena antologia de Obras-Primas», dirigida por Manuel do Nascimento.

Tal como escreve no prefácio de abertura da Colecção Mosaico:

«Mosaico embora modestamente, pretende representar um corte, mas um corte nítido, vincado, sobretudo na literatura de ficção, de todos os tempos. Muitos portugueses existem que desconhecem um Maupassant, que ignoram mesmo a obra dum Camilo, que nunca ouviram falar dum Carlos Malheiro Dias, dum António Patrício, dum Aquilino Ribeiro. Machado Assis continua a ser um escritor ignorado e num Silone, num Graciliano Ramos, num Pirandello, num Francisco Costa, num Graham Greene só umas escassas centenas de leitores repararam ainda.

«Mosaico» será uma antologia de iniciação cultural e foi concebida com um único intuito: o de desvendar um véu, de ensaiar os vossos primeiros passos no vasto campo da literatura mundial.»

A admirável aventura, como chamava Manuel do Nascimento à Colecção Mosaico, custava 4 escudos e já anunciava o nº2 com um conto de Erskine Caldwell.

«Nada como as artes existe para transformar em beleza a vida dos homens».

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