Não
se sabe o dia certo em que Beethoven nasceu, apenas o registo do baptismo que se realizou
em 17 de Dezembro de 1770 na Igreja de São Remígio em Bona.
O
importante é a existência de um ser genial a que deram o nome de Ludwig von
Beethoven.
Em
1793 escreveu no álbum de um amigo:
«Amar
acima de tudo a Liberdade»
Uma
vida complicada, um livre pensador, a sua rebeldia, a surdez, decepções várias
e traços fundamentais do seu ser como a melancolia, o destino, os amores
destroçados, desconhecia o valor do dinheiro.
Nos
primeiros dias do ano de 1797 escreve no seu Diário:
«Coragem!
Apesar de todos os desfalecimentos do corpo, o meu génio há-de triunfar. Eis-me
com vinte e cinco anos, é preciso que este ano revele o homem feito – Nada deve
ficar por fazer.»
Sabemos
que num dia longe de 1974, José Saramago escreveu um poema em que, ouvindoBeethoven, dizia que «hão-de ruir em estrondo os altos muros e chegará o diadas surpresas.»
Beethoven
sempre quis agarrar o Destino pela garganta, que ele não o haveria de vencer
mas, em 1802 numa carta a seus irmãos, falava de desespero e só a sua arte, é ele que o diz, o
conteve que pusesse termo à vida.
Morreu
em Viena no dia 26 de Março de 1827.
Neste
findar do ano falemos de Alegria – é possível?!! - podemos parar
na Nona Sinfonia de Beethoven e reproduzo o que li no blogue Vera Veritas de João Pimentel Ferreira:
«O Hino
à Alegria é um poema do Poeta Alemão Friedrich von
Schiller que Ludwig van Beethoven adaptou para a letra do quarto
andamento da sua nona sinfonia. O mesmo hino serve de base ao Hino oficial da
União Europeia. Até agora as traduções para português ou careciam de serem
fidedignas à letra original de Schiller, ou sendo fidedignas, não respeitavam a
métrica e a rima do poema, para que se adaptassem à música de Beethoven.
Num exercício matemático e poético, de encaixe silábico e usando algoritmos de tentativa-erro para a métrica e para a rima, apresento-vos a primeira tradução para português do Hino à Alegria, que além de ser fidedigna ao espírito do poema original de Schiller, respeita também a rima e a métrica do poema que Beethoven usou para o quarto andamento da sua nona sinfonia, sendo assim adaptável à música que compõe o Hino da Alegria, ou seja, o Hino da União Europeia.
Freude,
schöner Götterfunken
Tochter
aus Elysium,
Wir
betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine
Zauber binden wieder
Was die
Mode streng geteilt;
Alle
Menschen werden Brüder,
Wo dein
sanfter Flügel weilt.
Wem der große Wurf gelungen,
Eines
Freundes Freund zu sein;
Wer ein
holdes Weib errungen,
Mische
seinen Jubel ein!
Ja, wer
auch nur eine Seele
Sein
nennt auf dem Erdenrund!
Und
wer's nie gekonnt, der stehle
Weinend
sich aus diesem Bund!
Oh
Alegria, sois Divina
filha de Elísio
tornais ébria a Poesia
inspirais Dionísio
Nem costumes ou tradição
Vos reduzem o Encanto
criais-nos um mundo irmão
insuflais nosso Canto
Feliz de quem alcançou
ser-se amigo dum amigo
Quem doce dama ganhou
jubile-se comigo
Quem um só ente conquistou
seja citado no mundo
mas se na Alegria falhou
ficai só moribundo!
Legenda:
retrato de Beethoven pintado, em 1820, por Joseph Karl Stieler
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