Soneto do Natal, tinta que o escreve
Deverá ser da cor do Sete’strelo.
E a mão que o traça, ó feliz mão que deve
De ser benzida em antes de escrevê-lo!
Soneto do Natal, e eu sonhe vê-lo
Na alva pureza virginal da neve,
E avozinha também no teu cabelo,
Na tua voz de além, mansinha e leve.
Há calvários nas brasas da lareira,
E o fogo é trigo e a pedra escura é eira,
Uma outra avó com contos pra contar…
Morto é Jesus, diz-me baixinho, agora
Olha a Virgem Saudade redentora
Que tem um filho Deus para nos dar.
Domingos Monteiro poema tirado da antologia Natal… Natais
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