quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

SONETO DO NATAL

Soneto do Natal, tinta que o escreve

Deverá ser da cor do Sete’strelo.

E a mão que o traça, ó feliz mão que deve

De ser benzida em antes de escrevê-lo!

 

Soneto do Natal, e eu sonhe vê-lo

Na alva pureza virginal da neve,

E avozinha também no teu cabelo,

Na tua voz de além, mansinha e leve.

 

Há calvários nas brasas da lareira,

E o fogo é trigo e a pedra escura é eira,

Uma outra avó com contos pra contar…

 

Morto é Jesus, diz-me baixinho, agora

Olha a Virgem Saudade redentora

Que tem um filho Deus para nos dar.

 

Domingos Monteiro poema tirado da antologia Natal… Natais

Sem comentários: