Os livros não
são lidos, os filmes não são vistos, os quadros não são olhados.
Alguns nem ouvem
o que vão dizendo ao longo dos tempos, ah!, mas quando morrem, explode o
palavreado, a genialidade que alguns até nunca tiveram. Se é que isso de génios
é algo que tenha de se exaltar.
Ainda tenho para
aí o esboço de algo que quis fazer sobre os geniais-disparates que se
escreveram e disseram na hora da morte de Agustina Bessa-Luís.
Há dias foi a
morte de Ribeiro Telles que tanto falou e escreveu de como é que as coisas deviam ser feitas para
que as cidades, onde vivemos, fossem cidades felizes, e ninguém seguiu, ou
tentou seguir sequer, o que ele disse.
Agora na morte
de Eduardo Lourenço foi o que se viu e ouviu.
Ele que sempre
foi um homem amável, de uma simplicidade de enlouquecer.
Num dia
longínquo foi a Matosinhos e, como tantos e outros portugueses, pela primeira
viu o mar.
«Da minha aldeia não se via o mar», disse numa entrevista ao Diário de Notícias.
1.
Nada me sai com
tino, não pego nos livros da maneira como passei toda uma vida a pegar.
Li num jornal
atrasado que a Igreja Católica admite suspender a realização da tradicional
Missa do Galo, no Natal, devido à pandemia.
«Nós não brincamos com a saúde das pessoas», disseram os
eclesiásticos.
Numa farmácia perto de si, no centro de saúde da zona onde vive, desde Setembro que Ana Gomes não conseguia vacinar-se contra a gripe. Uma amiga trouxe-lhe a vacina de Paris. A Infarmed disse que isso é proibido. Ana Gomes desconhecia. Eu também. Mas o pior foi quando a candidata a presidente da República refere haver vacinas reservadas para certas empresas e grupos económicos.
Parece-me ter ouvido bem.
10.
Houve um tempo em que me traziam caramelos de Badajoz.
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